Matéria Nova


Essa semana trazemos à vocês a trajetória de outro grande músico de Guarulhos, ele que é um excelente percussionista e referência para muita gente na bateria, Landão Jessé que conseguiu levar um pouco da nossa arte para vários cantos do planeta!

José Orlando Vieira, o Landão Jessé, nasceu em Guarulhos no ano de 1974. Descendente de família com grande tradição nas congadas e no samba (daí o seu DNA artístico) é neto de dona Maria, que era bandeireira da congada e de seu Tingó que tocava viola e banjo na congada, além de ser filho de dona Nair que era baiana na escola de samba Vai e Volta e do seu José Vanderlei (Delei Mussum) que era puxador da Escola de Samba Independência  do Bom Clima.

Morador do jardim Paraventi, treinava capoeira com o irmão Fabinho na associação Rosa Baiana, do seu tio mestre Mirão. Logo em seguida, teve seu primeiro contato com a Escola de Samba Vai e Volta que tinha seu tio Ernesto e o China como presidentes. Landão começou saindo na ala das crianças, até receber o convite do mestre Tibiça para participar na bateria tocando malacacheta

Teve contato sonoro com a batucada muito novo, sempre que podia ia aos ensaios do grupo Colégio do pagode, que seu primo Marcelo Marreta fazia parte, além dos amigos Dodão, Messias e Moacir e também nessa mesma época (aos 12 anos), teve contato sonoro com a harmonia através do seu Expedito, cavaquinista do grupo Os Chorões que tocava seu cavaco com a afinação de bandolim.

Muito precoce, já trabalhava como artesão de pulseiras e também entregando leite, sabão e guardanapos e ainda aos 12 anos montou junto com os amigos e primos seu primeiro grupo de samba.

Com 13 anos foi convidado a participar do grupo Kizombar (Jorginho, Maurinho, Tibiça e Rogerinho do Cavaco), tocando repique de mão. Nele, participou do 1° festival de samba na praça 8 (no bairro do Taboão), onde o grupo ficou entre os primeiros colocados, mas pouco tempo depois o grupo veio o término do  acabar.

Na sua adolescência, mesmo trabalhando em uma distribuidora de cigarros e estudando, começou a tocar surdo no grupo Bem mais Brasil (Guzulão, Guzulinha e Joel) na casa noturna Casa Blanca no centro de Guarulhos, onde faziam abertura para show de grupos como Fundo de Quintal, Só Preto sem Preconceito, Pirraça, entre outros.

Nessa época o grupo Kizombar voltou a ensaiar e o Tibiça que nesse momento do grupo estava tocando bateria, passou em um concurso público da prefeitura de Guarulhos e convidou o Landão para substituí-lo, e esse então foi o pontapé inicial para que ele começasse a estudar bateria…

Mesmo com o final do Kizombar, Landão continuou seus estudos e começou a trabalhar como freelance com o grupo Mesa de Bar (Bizoca do Cavaco, Zé Roberto, Pepe, Wilson Seis Cordas, Maurinho e outros feras) e participou da sua primeira apresentação na terra natal de seus avós em Cambuí, Minas Gerais.

Pepe Rodriguez, do grupo Mesa de Bar, o incentivava a se aprofundar no estudo da música e o apresentou ao baterista Flavio Pimenta da ONG Meninos do Morumbi. Lá com 21 anos ele passa a estudar bateria e conhece o baterista Robertinho Silva que sempre lhe dizia: todo baterista tem que tocar os ritmos brasileiros na percussão, e essa frase fica marcada em sua vida. Logo após ingressa no curso de teoria e prática musical com o professor Fabio Bonvenuto no Conservatório Municipal de Guarulhos, onde fez parte do grupo Ketubá e com o qual organizou e participou do Primeiro encontro de percussão popular de Guarulhos.

Em 1998 Wilson 6 cordas do grupo Mesa de Bar o apresenta ao grupo Sem contradição da Vila Maria, o qual passa a ser integrante e tocar nas casas: Auge Bar, Alpendre, Amigos Bar, Pilequinho, Mistura Santana e Tatuapé, Consulado da Cerveja, Terra Brasil e outras.

Em 2000 tocou com Luizinho SP e Dudu Nobre no show de lançamento do seu primeiro CD em São Paulo capital e Interior.

Em 2001 começou a tocar com o grupo Som Maior, nas casas noturnas: Casa do Som (Guarulhos) e também faziam o carnaval do Palace.

Em 2002 participou da gravação da trilha sonora do projeto Samwaad-Encontro de músicos notáveis, com arranjos de Madhup Mudgal (grupo indiano Gandharva), Benjamim Taubkin e Rafael Y Castro. Logo após participou do Espetáculo Samwaad  Rua do Encontrode direção de Ivaldo Bertazzo,  se apresentando nas unidades do SESC de São Paulo, capital e interior, Rio de Janeiro,  Curitiba e no Festival de Música e dança de Paris e Holanda.

Em 2005 trabalhou com Jamelão em temporada no Bar Brahma na esquina mais famosa do Brasil, época em que conheceu o mestre Dinho Gonçalves que lecionava bateria e percussão na escola Souza Lima com quem passou a aperfeiçoar seu estudo musical.

Em 2007 passou a integrar a banda Clinica Geral –SP que tocava com Almir Guineto em shows na capital e no interior, e seguiu nesse projeto até o ano 2017, paralelamente entre 2007 a 2011 participou de temporadas de shows de música e culturas brasileiras no Japão. Foi nessa época também que participou de shows com Tony Tornado.

De 2013 a 2016 participou do Carnival in Calabar na Nigéria, África, nesse período também trabalhou na casa de espetáculos Terra da Garoa, no musical Sampa Samba com Thobias da Vai Vai e Rubens Chachá.

Em 2016 participou da gravação do DVD em comemoração dos 30 anos do Negritude Junior,  participou também da gravação do clip Nega Soul e de shows de Célia Nascimento.

Atualmente faz parte do grupo Café de Raiz, que resgata o samba tradicional de SP,  RJ, MG e Bahia e é organizador da live DRUM UBUNTU na página @landaojesse.


Por Marcelo Lacerda – 04 de Agosto de 2022

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